Foto: Vania Toledo
Neste sábado (28/07), Mogi das Cruzes será palco para mais uma peça teatral que recebeu apoio do Programa de Ação Cultural (ProAC), do Governo do Estado. No elenco, está a atriz mogiana Fernanda Cunha, ao lado de Angela Figueiredo. É a montagem “Abre e janela e deixa entrar o ar puro e o sol da manhã”, produção assinada por Antônio Bivar, com direção de André Garolli.
A montagem completa a trilogia de peças apresentadas pela Cia. de Teatro As Moças, fundada por Fernanda e Angela, com o tema de mulheres à margem da sociedade. Em Mogi, a apresentação faz parte da programação do Festival de Inverno Serra do Itapety e tem entrada gratuita. Para a cia, isso representa a continuidade do intercâmbio cultural criado com o público local no projeto Noites Sem Fim, que foi trazido à cidade em 2016.
A Cia. de teatro foi fundada com um objetivo em comum: desenvolver uma parceria artística envolvendo vivência e pesquisa de linguagem, bem recursos do fazer teatral e de comunicação com o público.
O primeiro projeto foi “O Último Beijo”, com direção de André Garolli e o segundo “Noites sem Fim”, com direção de Marco Antônio Pâmio. Ambos já tinham como temática o universo feminino contemporâneo, com destaque para mulherers que vivem à margem da sociedade e dentro de um confinamento, imposto por diversos aspectos da vida.
“Abre a janela e deixa entrar o ar puro e o sol da manhã” veio, portanto, como a oportunidade de dar continuidade ao tema e falar novamente sobre o mundo feminino e tudo a ele ligado, como relações afetivas, laços familiares, amor e falta dele, amizade e solidão, amarras e liberdade. Assuntos profundos, abordados ora com seridade, ora com um viés descontraído.
A peça apresenta as personagens Geni e Heloneida, duas presidiárias, de gerações, origens, histórias, experiências e crimes diferentes. Elas se conhecem atrás das grades e tentam definir, a partir daquele momento, como será a vida dali para frente. Reevem suas trajetórias interrompidas e se tornam parceiras, pois essa é a única referência de amizade e afeto que lhes resta.
Assim, diferentemente das duas primeiras peças, em que as personagens estavam confinadas dentro de quitinetes, nesta o confinamento é em uma cela de um presídio, o que pode simbolizar também um manicômio, o purgatório, o inferno ou uma criação das mentes de ambas. Ali dentro, elas transitam entre a loucura e a razão, a desorientação e a consciência.
O texto que embasa a peça é assinado por Antônio Bivar e foi escrito na década de 60. Com “Abre a janela e deixa entrar o ar puro e o sol sa manhã”, Bivar recebeu o Prêmio Molière de melhor autor teatral do ano de 1968 em São Paulo.
A peça será apresentada às 20 horas, no Theatro Vasques, que fica na rua Dr. Corrêa, 515, no Centro. Os interessados devem chegar com uma hora de antecedência, para fazer a retirada dos ingressos.
Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 4798-6900.
Fernanda Cunha
A mogiana Fernanda Cunha é formada em Artes Cênicas pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Conseguiu seu registro profissional como atriz aos 18 anos, quando ainda morava em Mogi das Cruzes e, de lá em diante, começou a se engajar em produções teatrais, sendo a peça “Parlapatões, Patifes e Paspalhões”, do Grupo Parlapatões, a primeira delas.
Fernanda participou do Festival de Peças de Um Minuto, que foi levado à Portugal, atuou na novela Chiquititas, do canal televisivo SBT, até que decidiu fundar sua própria a cia. de teatro As Moças, com a amiga Angela Figueiredo. O primeiro projeto da cia. foi lançado em 2014 e, mesmo sem patrocínio ou apoio, foi um sucesso de público e crítica e chegou a ser levado ao Rio de Janeiro.
O segundo projeto já foi inscrito e aprovado pelo ProAC, o que se repetiu com o terceiro, que agora chega à cidade. (Lívia de Sá)
