Maestro Niquinho, que será homenageado neste sábado no Cemforpe, garante que será uma apresentação informal, na qual vai relembrar trechos da própria vida
“O maestro reúne o clássico, o moderno e o atual. É um mestre no que faz, mas nunca perde a humildade, não deixa de estudar nem de se atualizar. Tem atitude também, o que é fundamental, porque arte não é só saber. É o ser”. A declaração, da maestrina e coordenadora do projeto Canarinhos do Itapety, Solange Urbano, coloca em destaque alguns dos principais atributos de Antonio Freire Mármora, o maestro Niquinho, artista cuja trajetória se mistura com a própria história musical de Mogi das Cruzes e que receberá merecida homenagem neste sábado (05/10), no Cemforpe.
A apresentação é em comemoração aos 80 anos recém-completados de Niquinho, sendo 58 deles dedicados exclusivamente à carreira musical. Por isso o nome do show, que terá entrada gratuita e início às 19h30, é “Maestro Niquinho...80 anos fazendo história”. Dividindo o palco com Mármora estarão o coral dos Canarinhos do Itapety, o coral 1º de Setembro, o cantor e secretário municipal de Cultura, Mateus Sartori, além de outros convidados especiais. São 500 ingressos à disposição do público e a distribuição terá início uma hora antes do espetáculo.
Na tarde desta quarta-feira (02/10) o secretário de Cultura divulgou detalhes da apresentação, em coletiva de imprensa no Casarão do Carmo. Além das canções executadas em piano, a plateia poderá conferir vídeos que serão exibidos com trechos da vida do maestro. Para assegurar um rico material, a Secretaria de Cultura recorreu aos arquivos de Olímpio Zapille e Fito Abbondanza, com registros de épocas saudosas, como os desfiles de fanfarras do Instituto Washington Luís e Liceu Braz Cubas, em meados da década de 60.
Niquinho garante que será uma apresentação informal, na qual ele comentará “pérolas” da própria vida. Quanto à parte musical, o foco será a época romântica da arte musical, com canções de compositores consagrados, como Carlos Gomes – “Protofania do Guarany” e Korsakov – “Capricho Espanhol”.
“É uma grande honra, que me deixa bastante envaidecido, porque eu não esperava ser lembrado dessa forma pela cidade. Dediquei todos os meus 80 anos a Mogi das Cruzes e estou sempre pronto para colaborar com a cidade. Também estou sempre estudando, porque a música não pára de se atualizar, então não podemos perder contato com isso”, declarou o maestro.
Nascido em uma família de músicos que fizeram história em Mogi das Cruzes, Niquinho garante que foram 80 anos bem vividos. Seu avô, Antonio Mármora, foi o fundador da primeira corporação musical da cidade, da qual surgiu a Banda Guarany e seu pai, Antonio Mármora Filho, fundou o Conservatório Musical Carlos Gomes, de onde saíram vários musicistas de renome.
Seguindo a vocação da família, o maestro viu e participou do surgimento e desaparecimento de muitas tendências musicais, desde as grandes orquestras, às bandas nas praças, os corais e os shows em praça pública. Envolveu-se com todos os principais grupos e formações musicais tradicionais da cidade, muitas das quais existem até hoje, como a Orquestra Sinfônica de Mogi das Cruzes, Banda Boigy e o próprio Coral 1º de Setembro.
O Cemforpe fica na rua Antenor Leite da Cunha, 55, no bairro Nova Mogilar. Mais informações pelo telefone 4798-6900. (LMS)
